A Nova Gente nº 2043.
Destaque tem de ser dado a Kátia Aveiro.
Numa matéria sobre um concerto solidário de artistas para angariação de fundos a favor de um menino que sofre de Leucemia, aquela que foi convidada para ser a apresentadora, decidiu aparecer assim:
Mas um mal nunca vem só:
A matéria nada diz sobre o valor amealhado, nem como ele vai ser aplicado na ajuda ao menino. Por outro lado, esta matéria sobre «solidariedade» faz maravilhas para a agenda da quero-ser-cantora-e-artista C(K)átia Aveiro. Ficamos sim é a saber que a «Kátia» vai ser a madrinha da Associação Princesa Leonor Aceita e Sorri no Funchal. Mas isto é só uma forma de finalmente entrar no assunto, que segue logo de seguida: No dia sete de novembro, vai dar um show em Paris, na discoteca Vilamoura Club e de seguida vai lançar a sua linha de chapéus e T-shirts. (quando tudo o resto falha...) Faltou dizer alguma coisa?? SIM! Mas sobre os planos de carreira da Kátia, não. Ficamos esclarecidos. Tão esclarecidos como fedorentos com o pivete a autopromoção descarada (e à conta de uma criança doente).
Diz a «irmã de Cristiano Ronaldo» (cito a revista) que o objectivo foi comprido, conseguindo-se um valor acima do previsto e «importante é ajudar, e não é preciso ser rico».
E agora vamos à escolha de vestimenta.
Raramente sou de reparar nestas coisas mas neste caso penso que um cego era capaz de o enxergar e de seguida, sair correndo!
Please, please, please, alguém entendido nestas lides pegue nesta imagem e diga da sua sentença. Este «assemble» é para lá de desastroso. Está TUDO mal. É que não há uma coisa que se aproveite!
Indo por partes:
Estou a olhar para um apresentador de circo ou um domador de leões?
Com aquele casaco tipo fraque, curto à frente e longo atrás que outra coisa faz lembrar? E o pior é que assenta mal! Fica feio, ela tem anca demais e o casaco não foi feito para o seu tipo de corpo. As calças... um horror. Vinil ou o que for, justas, totalmente coladas às pernas e com brilho. Péssima escolha de material e de tipo de calça. Uma «tailer» (se é assim que se diz), com um corte direito, até mesmo com vinco, teria ficado melhor. Até aos pés e com um sapato decente. E é aqui que vem a peça-de-resistence: Aquela bota-téni-de salto alto. Se a pessoa for do mais brega que há, assume-o de imediato com este sapato no pé. Talvez uma pessoa de bom gosto e que saiba combinar e carregar conseguisse fazer com que este sapato fosse sofisticado. Mas no caso de Kátia, ainda amplifica mais a feiura. Nela, o que até pode ser bonito, enfeiece.
A primeira coisa que me ocorreu ao vê-los, aliás, ao ver o conjunto todo mas em particular o que decidiu levar nos pés, é o quanto é impróprio para um evento de caridade. Provavelmente é algo que custou bem caro, talvez seja de marca (pobre marca!) e é simplesmente demasiado vistoso. Servem para uma pessoa se exibir. E esse não devia ser o propósito de ela estar ali. É simplesmente inadequado. Quebra o espírito da coisa. Perde-se a noção da razão de ali se terem juntado. "Olhem para mim e para estas fantásticas coisas que tenho nos pés!"- o foco devia ser outro.
Foi preciso outra pessoa (também ela traumatizada com o que viu) comentar para observar com atenção os ditos «sapatos». E vai que lá está: claro como água: o fecho éclair arrebentado!
Ahahaa! Não deixa de ser irónico. São tantas as analogias que este fecho quebrado pode fazer alusão que nem sei se dá para enumerar todas. Primeiro: é irónico que tanta aparente vaidade tenha resultado num flop. Segundo: caros que se adivinham que devem ter sido, parece que têm um nível de qualidade igual a uma qualquer imitação nos chineses (também, de onde pensam que vêm os que as grandes marcas vendem? Made in China, baby). Terceiro: Kátia quer tanto ser magra mas nem os pés colaboram. De tão gordos, arrebentaram com o fecho!
Por onde ir a seguir? Já me cansei de tanto falar deste horror e ainda vou a meio!!
Mas como decidi terminar esta tarefa árdua, vou continuar. Subo agora para o cabelo. Como olhar para aquilo e não sentir calafrios a descer pela espinha?
Sabem quando se vê uma mulher a dias, que acabou de esfregar o chão, a retrete, e tem o cabelo preso e todo emarenhado? Pois então... Onde está o glamour Cátia? Ficou na retrete? O penteado mais desleixado e despenteado do século e a sua dona ainda teve a má lembrança de o prender - e muito mal - num rabo-de-cavalo. Vou até supor que estava muito calor ali e ela, surpreendida e a suar, decidiu pedir emprestado um elástico. Sendo essa a razão pela qual tem uma indicifrável coisa cor de rosa no cabelo, que é plástica, mas não se percebe se é elástico ou ainda pior: mola. Vou até mais longe e supor que o usou como «símbolo», como um apontamento da cor preferida de Nonô. Mas... ainda que suponha estas coisas todas, o facto e que lhe fica muito, mas muito mal! E não combina em nada com nada. Se o objectivo era honrar a memoria da menina falecida, mais uma vez, precisava ter usado um écharpe, por exemplo. Sofisticação e bom gosto + elegância. Equilíbrio. NADA disso aparece aqui.
O cabelo preso, cheio de fios pendurados, soltos e desgarrados, mostra claramente cada "via" e faz sobressair o seu cabelo escuro no interior do louro de fora. Podia ser pior? Até que podia. Mas só de pensar, até causa arrepios!
Quero também falar dos brincos. Super inadequados. Na imagem só aparece um terço do comprimento. O resto toca quase até o peito, um pouco além dos ombros, como se fossem cabelo. O cabelo solto que não tem à frente, é o brinco que lá está. Além de serem totalmente inapropriados para o conjunto. Bonitos sim, mas cá está: não nas orelhas da Cátia. Podiam ficar bem numa fadista que sabe combinar as suas roupas sóbrias com ar sofisticado com um xaile. Ou a alguém com uma postura mais descontraída, roupas fluidas, num estilo mais hippie. Mas uma gaja enfiada numa salsicha de vinil preta cujo propósito é deixar à vista o fecho ecláir dourado que abotoa as calças à frente... é... só assim... Tão mau!!
Se gosto da maquilhagem? Não gosto. Está muito pesada. Reparando bem, pesa pela cor que colocou nos lábios. Um rosa claro ficaria melhor. Algo menos sobressaente teria combinado não só com a ocasião, como também com o rosto e até com o assemble. Afinal, ò mulher, levas um peduricalho cor-de-rosa no cabelo, tens apontamentos cor-de-rosa nos brincos-cabelo, roupa negra, de defunto, com toques de dourado - cafona que mete dó. Rouxo e laranja ainda nos brincos. E o batom combina com... o sangue que tens nas veias??
Bom, as fotos enganam - dou-lhe isso. Pode ser que na imagem pareça vermelho e seja na realidade aquele rosa forte e muito escuro. Mas isso só piora a situação! Porque é de facto, uma péssima cor de batom.
Tudo ali fica mal. Até mesmo a pulseirinha por cima da manga comprida da blusa transparente e negra como a morte, que o casaco de fraque à artista do circo não teve capacidade para preencher, pois é de meia-manga.
Já falei que o sapato-téni tem a biqueira dourada com espigões dourados? Não falei, porque não merece a pena. Está à vista. Mas o pior, a meu ver até indesculpável nesta criação já um pouco batida e fora de moda (espigões foram algo lá no passado, e nem sequer foi o ano passado) é que a sola é branca!! Por amor de Valentim! A bota toda preta, num tecido a fazer lembrar um kispo de inverno e ao invés de terminar tudo em preto, talvez num tom meio cinza, é branco. OK... pode ser que assim disfarce mais a altura extra, é verdade. Mas simplesmente, com o resto do assemble... Tudo aqui está bom para deitar no lixo.
PS: cansei. O resto dos conteúdos desta revista terão de ficar para quando recuperar as energias... E do pesadelo.